quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O APOLITISMO DO POVO BRASILEIRO NO PENSAMENTO DE FRANCIS WOLF


                                            TEXTO DIDÁTICO
Fredy Peña [1]
TEMA: O APOLITISMO DO POVO BRASILEIRO NO PENSAMENTO DE FRANCIS WOLFF.
1-    Apolitismo segundo Wolff
Nos países da Europa, o apolitismo se dá pelas manifestações do povo a favor de grupos populistas e demagógicos ou quando se abstém das votações. Aqui no Brasil, o filósofo afirma que esta prática se manifesta quando os cidadãos se afastam dos políticos e das decisões ligadas à política, e se “retiram” para o território individual, familiar, religioso e esportivo. Desta forma o isolamento das pessoas ao que se refere ao assunto político, é algo típico da nossa cultura, ao contrario de ter uma postura critica e ativa, nos acabamos em ficar na conformidade dizendo que, “isso nunca vai mudar e nem adianta lutar pelo cambio”.

O ator define apolitismo como a negação das pessoas em participar da vida política, que seria segundo ele a grande vilã de uma sociedade democrática. Neste aspecto as pessoas se afastam da política com a intenção de “viver uma vida tranquila” levando a uma atitude passiva perante as decisões políticas, debilitando de uma maneira direta a condição de uma sociedade democrática. O povo se desgosta das atitudes dos governantes opressores, mas, de acordo com o filósofo, tem horror em desempenhar o poder e acaba utilizando sua “liberdade” para não ocupar esse lugar. São mobilizados pela conquista, mas entediados pela posse.
2-    A democracia e a sua contradição contexto atual
Segundo Francis Wolff, a coletividade fica mais politizada nos períodos de mudança de governo (eleições) e luta pela conquista da soberania popular ou por modificações políticas. Mesmo assim, quando este tempo termina, o povo tende a se desanimar, perdendo o interesse pela política, contradizendo a própria democracia. O povo repudia os governantes tiranos, mas, de acordo com o filósofo, tem medo em exercer o poder e acaba utilizando sua liberdade para não ocupar esse lugar, ou seja, o povo quer mudança em quanto ao governo politico ao que se refere às administrações sociais, igualdade, uma boa educação e tudo mais, só que quando tem a oportunidade de assumir um cargo referente a um domínio publico não aceita, neste aspecto poderíamos dizer que o povo não que compromisso. São movimentados pela conquista, mas entediados pela posse (poder).
Wolff destaca o exemplo da Sérvia para diminuir o número de votos em brancos nas eleições. No país, quando a porcentagem de voto em branco chega a certo nível de participação, nenhum candidato pode ser escolhido, renovando assim os candidatos para outra nova eleição. No Brasil, Wolff defende as políticas de prestação de contas dos governantes e o acesso dos cidadãos, através da internet (site, blog, redes sócias etc.), a todas as divulgações públicas e publicações de indicadores que permitam a comparação entre os mandatos. Ele acredita que desta forma os brasileiros serão mais inserido no meio político, e terão mais possibilidade de escolher o candidato “correto”. 

É bom que o povo se manifeste, mas esta mobilização teria que ser feita muito tempo atrais, é uma questão política que compete a todo o povo brasileiro, mais não todo mundo se une a esta manifestação. Por quê? Segundo Wolf isto seria o apolitismo social. Mais ele tenta criar uma solução a este problema político. A solução, segundo o filósofo, não é forçar a sociedade a fazer política. Ele inclusive defende a conquista do individualismo, mas é necessário achar meios educacionais e institucionais para aproximar as pessoas do poder público. Wolff sugere disciplinas de educação para a cidadania, nas escolas, e também a realização de campanhas.
Uma situação muito atual que estamos vivenciando na nossa sociedade atual é a questão das manifestações que está acontecendo atualmente, e é muito bom que isso aconteça, mais segundo Wolff, isso poderíamos chamar de uma “contradição democrática”, devido a que o povo  se manifestou (um caso especifico)  por causa da copa do mundo que foi  realizado no Brasil. A primeira controvérsia seria por que esperaram tanto tempo para se manifestar, porque agora que já esta tudo pago!. A segunda seria não é a primeira vez que se utiliza fundo do Estado para fazer Estádio, ou outras obras privadas e deixando de lado a educação, desigualdade, pobreza, etc.




Referência
Adauto N., Francis, W., Jean, F., Marcelo, J., Pascal, D., Renato, R.,et al. O esquecimento da política:  1ª: ed. Agir, 2007, São Paulo.



[1] Graduando no curso de Filosofia quarto período pela PUCPR.

Um comentário:

  1. Não gostar de política é devido a nossa condição social. Quem vai gostar de política tendo que trabalhar 10 horas por dia???

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